Este é um desses livros que, ainda que não tenhamos lido, já fazem parte da nossa vida: big brother, uma língua pensada para a manipulação, o dilema das redes sociais. Parece que Orwell já sabia de tudo. Leia, para saber também.
Este é um desses livros que, ainda que não tenhamos lido, já fazem parte da nossa vida: big brother, uma língua pensada para a manipulação, o dilema das redes sociais. Parece que Orwell já sabia de tudo. Leia, para saber também.
Selo
Companhia das Letras
SOBRE O LIVRO
A história começa em Nagasaki, no ano de 1945. A jovem Hiroko está na varanda de sua casa quando, em uma fração de segundo, "o mundo embranquece". A explosão nuclear leva sua família e seu noivo, Konrad. Ela escapa por pouco; mas levará consigo - tanto no corpo quanto na memória - as marcas da catástrofe. Em busca de um recomeço, Hiroko viaja à Índia, onde passa a viver com Elizabeth, meia-irmã de Konrad. Em meio aos conflitos políticos de um país prestes a ser dividido, ela redescobre o amor ao conhecer Sajjad, um dos empregados da família. Hiroko e Sajjad mudam-se para o recém-formado Paquistão. Seu destino volta a se cruzar com a família de Konrad ao receberem a visita de Harry, filho de Elizabeth, um cidadão americano que trabalha para a CIA. Na esteira dos atentados de 11 de setembro, no entanto, a relação de amor e confiança entre eles, até então sólida, se verá no limite da ruptura. Autora de quatro romances, Shamsie, 38 anos, conta que a decisão de escrever um épico e desenvolver a narrativa em quatro países tão distintos (Japão, Índia, Paquistão e Estados Unidos) não era sua intenção quando começou a escrever Sombras marcadas. "Minha ideia inicial era escrever sobre um personagem paquistanês, cuja avó havia sido vítima da bomba atômica de Nagasaki, vivendo anos depois na época em que Índia e Paquistão testavam suas bombas nucleares e se dividiam. Mas, quando percebi, estava escrevendo a história daquela avó japonesa. E decidi segui-la para ver aonde ia dar.", conta a autora. Segundo Shamsie, escrever sobre Nagasaki foi um grande desafio: "Eu comecei sem a menor certeza de que seria capaz de imaginar de forma vívida o suficiente aquele tempo e lugar a ponto de convencer a mim mesma." Para descrição do ambiente de guerra e do dia da bomba, ela considera terem sido fundamentais leituras como Hiroshima, de John Hersey, e filmes como a animação O túmulo dos pirilampos, de 1988. "Essas obras me ajudaram a visualizar detalhes como roupas, interiores, enfim, detalhes do modo de viver nos tempos de guerra. Também mergulhei na internet, interessada em imagens pré-bomba que pudessem me ajudar a pintar o quadro do mundo no qual meus personagens viveriam.", conta ela. Shamshie, que ambienta a parte final do livro na época do 11 de Setembro, se aborrece com a ideia de que pegou carona na onda de publicações pós-atentado.
Este é um desses livros que, ainda que não tenhamos lido, já fazem parte da nossa vida: big brother, uma língua pensada para a manipulação, o dilema das redes sociais. Parece que Orwell já sabia de tudo. Leia, para saber também.